sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O livro: PEDRADA NO ESPELHO pagina 49 e 50

Os bons momentos continuavam no “Café Café”. Estava lá todos os sábados, sempre com casa cheia. Muita gente do mundo do espetáculo ia ao espaço Bastidores que, começava as 20 horas como restaurante e passava a ser um bar animado com karaoke e com os meus shows a partir da meia-noite. Muita gente passava por lá, desde José Cid, Wanda Stuart, Merché Romero e o Oscar Romero que animava muitas das noites com o seu espetáculo de muito bom humor.




Recebia as palmas e o respeito de todos eles. Recordo-me perfeitamente das palavras do nosso querido actor que já partiu, o Camacho Costa.


Camacho chamou-me, sorriu, com a sua simpatia e vontade de viver, deu-me os parabéns pelo espetáculo e lá me sentei um pouco na mesa entre um copo e um conjunto de histórias cómicas da vida.


Sentia-me orgulhoso porque, para além da vulgaridade com que muitos tentam rotular a minha profissão, havia os verdadeiros artistas e esses sim, estavam ali aplaudir-me e a dar a cara para me apoiar.
---------------------------------------------pag 48


Num dia de calor alentejano, fui com toda a equipa do programa televisivo HermanSic para um monte alentejano. Eu, José e Tony íamos fazer figuração para uma cena com a Maria Vieira, actriz do programa do Herman José. A cena consistia em estarmos na cama com a Maria, completamente nus e só ia ser gravada durante a tarde. De manhã, e já com o sol a acalorar os campos alentejanos, vários camponeses juntavam-se dentro da propriedade para assistir ao desenrolar das cenas. Gente humilde sempre sorridente, falavam entre eles sobre o que se passava. Imprevistamente, Herman surpreende!


Ele sai da casa, de cuecas e passeia alegremente pelo campo e pelo meio das pessoas. De repente todos esboçam uma gargalhada e a pouca tensão que havia, desapareceu para dar lugar a uma alegria conjunta. O humor e o à vontade de Herman era contagiante, de tal forma que deixamos de ver um homem importante, uma vedeta dos ecrãs e passamos a ver um homem simples, humilde, acessível e de cuecas, no meio dum campo no Alentejo.


Durante a tarde fizemos a cena. Antes tínhamos aproveitado a calma dos montes alentejanos para descansar um pouco. Sabia que José o Venezuelano, não gostava de brincadeiras em que lhe chamássemos “cabron” (cabrão). Foi o último a terminar a sesta. Ao levantar-se, passa por nós em direção a casa de banho para lavar a cara. O nosso motorista grita: - “ Cabron, já acordas-te?”. José continuou o caminho. De regresso, dirigiu-se a mim, e num monólogo violento diz-me que não admitia que lhe chamasse tal nome e que já me tinha alertado sobre isso.


A situação ficou tensa mas eu prendi o impulso e expliquei-lhe que não tinha dito nada. A desconfiança aumentava e na ressaca do sono já tinha bloqueado qualquer hipótese de ser sensato. O motorista interrompeu, lá o convenceu da sua falta de razão e acabou por pedir desculpa.


Um pouco depois fomos filmar a cena. Todos os presentes estavam prestes a descobrir o que é que tinham escondido, estes homens musculados e símbolos sexuais das mentes femininas. Os olhares não descolavam enquanto nós caminhávamos semi-nus para o local da filmagem. As provocações suavam de todas as bocas, “ Vá lá, mostrem lá isso!”. Mas nós não cedíamos, acho que estávamos naqueles momentos nervosos idênticos a quando um homem entra na água gelada do mar. A água gélida é constrangedora, o choque de temperatura faz encolher o pénis de tal forma que, deixamos de ter um pénis pequeno para ter um clítoris gigante.


E lá nos deitámos completamente nus com a Maria Vieira, protegidos q.b.
--------------------------------------------------------pag 49


A actriz Maria Vieira é aquele tipo de ser humano com o coração do tamanho do mundo. Junto a ela ninguém deixa de viver. Ela é um poço de vontades, de concelhos, de alegrias e de luta constante por um mundo melhor tudo acaba em “inho”: papinha, diazinho, comidinha, amorzinho, bolinho, vidinha, queridinho…


Não me recordo bem da cena gravada para o HermanSic mas era por certo uma sátira humorística às fantasias.


As fantasias acompanham-nos durante toda a vida e tudo se torna triste quando não as sentimos ou partilhamos. Para nós homens muito agradecemos aos filmes de adultos ou as revistas “Gina”, “Tânia”, etc.


Estas revistas preencheram durante muito tempo as imaginações de muitos homens, e adolescentes. Eram revistas para adultos, pornográficas e que exibiam fotos de mulheres nuas ou sexo explícito. As histórias eram sobra fantasias proibidas, ordinárias e muito mais…


Vagueando pelos tempos, vem-me à memória os tempos de aprendizagem sexual ou "tara" sexual...


Muito devemos á "Gina", á "Tania" e a outras... Falamos das famosas revistas que vinham com um defeito de fabrico comum. As páginas colavam-se estranhamente e em conteúdos muito específicos. Muitos de nós, machos duros, iniciámos os primeiros gestos da nossa vida, sonhamos tão alto que até chegamos às nuvens e numa noite chuvosa. Daí ficarmos molhados.


Desculpem!!! Para quem não sabe, estas eram as revistas mais proibidas e escondidas nas casas dos pais... Por nós. Eram simplesmente as revistas pornográficas mais famosas do mundo. Sim, aquelas que se encontravam facilmente debaixo das camas dos "teens".


Ainda se lembram quando corriam para casa direitinhos ao quarto e abriam a revistinha na página que tinham terminado na última vez?! Das vezes que iniciavam uma bela masturbação e eram interrompidos pela mãe ou pai que se lembravam de vos mandar para a mesa ou perguntavam: - " O que fazes tu sempre fechado no quarto??!!!". Das vezes que se vinham, lá sujavam a revista como se, em vez de papel, ali estivesse uma linda e porca gaja toda aberta para nós, prontinha para ser comida. Pior era que, depois de se virem vinha a agonia da verdade, que tudo não passava de uma pura imaginação, que afinal já não podíamos mostrar a revista ao amigo porque já estava suja!!! Ou então, até nos emprestaram a “Gina” e na parte onde está a gaja toda nua, a provocar-nos, a dizer "vem grandão, estou á tua espera...", estava com as páginas coladas... Que nojo!!! Mas a vontade era tanta que, com algum esforço, conseguimos abrir a página cuidadosamente sem rasgar... E lá vai mais uma!
-----------------------------------------------pag 50





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