sábado, 17 de novembro de 2018

Pedaço de um espelho - Sem lamentos nem retrocessos

Um dia lindo. A água deslizava cristalina, ladeada por um verde desenhado e purificado pela natureza.
No horizonte refletia-se um longo espelho de luz por entre duas rochas imponentes. Foi nesse momento que percebi que a vida tem uma linha evolutiva e que tudo pode ser transformado num mundo mais belo. Ter a arte de transformar uma porta velha numa obra de arte cativante.
Os meus olhos seguiam todos os movimentos da Pura.
Ela era a mulher. Ela era tudo o que alimentava a minha inspiração. Encaixava perfeitamente naquele mundo construído por mim.
A sensação de ter alguém que, sem hesitar, partilha e se envolve, abraçando com o coração permitindo a perfeição de todas as imperfeições que a vida me oferecia. aquele último mergulho naquela ribeira fez-me desejá-la, beijá-la... mas só eu sabia desse segredo.
O meu segredo desfez-se e beijei-a sem esperar que a água lhe escorresse naquela face e sem deixar que os seus olhos se abrissem completamente. O beijo mais puro de sempre.
Um momento sem retrocesso que se eterniza.
Eu fui um fruto de uma árvore  brava, perdida no espaço e no tempo.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Homem desenhado

Sou o homem mais desenhado do universo, ou de um país, ou de uma cidade, ou, talvez, o lá da minha rua. Mas sou.
Sou belo, porque alguém, na sua visão o faz sentir. Sou horrível, simplesmente porque sou.
Sou autor das maiores injustiças, sou mau, sou ingrato, sou uma besta... Sou humano, sou gentil, sou amigo. Sou tudo e não sou nada.
Alguém diz que eu sou um vendedor de banha da cobra.
Mas eu vendo alegria e na realidade, nem todos acreditam. Delicio-me com um sorriso, por outro usado, sabendo que fui eu que o forneci.
Até tenho tudo à venda mas há muitos compradores sem valor para comprar, ou até serei eu que vendo muito acima do valor.
Mas sobra-me sempre o argumento, o argumento de poder ser tudo aquilo que a minha loucura me exigir.

Afinal José não morre

A vida parecia mudar de linha, e tudo se redescobria.
O José acabara de regressar da cidade do México. Dançara para mais de mil e duzentas pessoas naquele que seria um marco na sua vida artística e marcava também o princípio do fim.
A vida tinha sido sempre um palco cheio de representações onde a tragédia e a vitória se confundiam.
"A morte do artista" era um desejo que morava no teto dos que o rodeavam. Um sinónimo de inveja, muitas vezes disfarçado por aproveitamentos de insucesso de um alvo determinado pela raiva.
Mas José não morre nos momentos em que o mundo se escurece.

sábado, 24 de agosto de 2013

O cinísmo e a hipocrisia Judite de Sousa sobre Lorenzo Carvalho

Tive o prazer da visita de Lorenzo e os seus amigos no meu espaço. Não o conhecia, nem pessoalmente nem publicamente. Reconheci um grupo de indivíduos extremamente educados, humildes no seu comportamento e cheios de alegria.
Mais tarde vi algumas noticias cor de rosa sobre o Lorenzo Carvalho. Não achei nada mais do que o que estamos habituados a ver nas revistas no dia a dia.
Mas fiquei muito escandalizado com a entrevista da jornalista, supostamente conceituada no mundo jornalístico, Judite de Sousa.
Curiosa a notícia do Correio da Manhã em que na primeira página, lado a lado, vem uma notícia de Lorenzo Carvalho e do lado esquerdo escrito que Judite de Sousa vai divorcia-se ou divorciou-se e vai vender A MANSÃO onde vivia com o marido.
Que moral é que esta jornalista tem para interrogar a exibição exacerbada deste jovem?! De repente esqueceu-se que o seu ex companheiro é comentador de futebol, de uma equipa, cujo o ordenado dos jogadores é assustador e pago por todos nós. Que moral tem esta estação quando tem programas destinado as festas da alta sociedade e lhe dá um destaque sagrado?! Que moral existe neste jornalismo informativo quando há poucos dias se falava do barco-apartamento, onde o apartamento mais barato custava mais de um milhão de euros. A respetiva reportagem falava desse navio, atracado em Cascais e não me lembro de nenhum jornalista dizer que isto era uma afronta aos portugueses e ao período crítico que eles estão a passar!
Senhora Judite de Sousa: O seu jornalismo fez-me relembrar o triste espetáculo de Manuela Moura Guedes. Mais, como jornalista e exposição pública, deveria ter mais moral do que o Lorenzo, porque a sua exposição à riqueza é feita entre aqueles que vive e que são responsáveis por tudo o que tem.
Lorenzo Carvalho tem tudo o que a família conquistou e usufrui exatamente da riqueza como a jornalista Judite de Carvalho. A diferença é que ele tem pouco mais de vinte anos e tudo isso é típico da idade.
A amiga Maya tinha razão, o erro foi expor a riqueza, porque como ele há muitos e até são notícia dos "media".
Há mais uma grande diferença, é que eu nunca ouvi falar das boas ações da jornalista para apoiar os mais desfavorecidos.
Como tal, não sei se o seu espetáculo jornalístico foi bem compreendido pelo telespetadores. De repente deu-nos a entender que a senhora era uma justiceira do povo.

Vídeos:

Reportagem da Maya sobre Lorenzo Carvalho

Entrevista de Judite de Sousa a Lorenzo Carvalho

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Ninguém sabe amar

As indecisões são um fruto sem sabor. O caminho é ser decidido em assumir que nada está decidido. Temos de sentir a liberdade de ter um sentimento, um caminho, um destino. Ninguém tem o dever de ser assertivo, de escolher sempre o destino certo. Ninguém tem o direito de cobrar nada, nem de exigir ao próximo o caminho a seguir.
Jogar com os sentimentos de outro para próprio conforto e elevação de auto-estima é um erro que se paga sempre caro. A palavra amar, para quem a diz, pode ser um desabafo e uma tentativa para voltar a sentir que consegue amar mas dizê-la com irresponsabilidade pode provocar a futura angustia a quem a ouve. Não é possível viver feliz e assistir ao sofrimento de quem apenas acreditou numa palavra que foi criada para gerar felicidade.
Não és obrigado a dizer amo, simplesmente tens o dever de cuidar de quem te estima e acredita na sinceridade. Em caso de duvida, nunca digas as palavras que alguém quer ouvir mas sim as que a tua alma te deixam escapar.
Nunca tentes fazer alguém feliz pela irresponsabilidade das tuas declarações, porque estás apenas a adiar uma dor que tem uma cura dolorosa.
Neste jogo do amar e ser amado, dificilmente há vencidos ou vencedores. Os únicos vencedores são aqueles que assistem, esperando pelo teu insucesso.
Cada vez que enganamos alguém com um sentimento que não existe, estamos a auto condenarmo-nos aos poucos.
Mas há quem viva na ansiedade da vingança e seja infeliz com a felicidade dos outros. Há quem nos deseje tanto que nos odeia e se delicia com o nosso sofrimento. Há quem nos admire tanto que faz o sacrifício de nos desenhar como monstros repugnantes, maus amantes, infiéis e falsos nos sentimentos. É um alimento estranho para a alma, tão estranho que nunca conseguirão ser felizes quando estão sós, e geralmente, morrem de medo de estarem sós...
Quem pouco ama, desgasta a palavra amo-te como refugio. Não um AMO-TE dirigido á mesma. Sim, um AMO-TE fácil de dizer a quem é novo junto a nós, sem ainda perceber bem esse sentimento. Serve apenas de refugio. Por vezes para camuflar um sentimento passado que ainda existe em nós.
Todos podemos e devemos sentir que amamos...
Mas ninguém sabe descrever o que é amar, qualquer forma de amar.
Amar é o sentimento mais impreciso que existe.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Palavras...

A beleza é rara , quando se junta o que se vê ao que se sente e se sente quando não se vê. Os sentidos é um conjunto de emoções muito para além da anatomia humana. Sinto o beijo na longitude do espaço e do tempo. Longe desse alguém nunca ficaremos. O cheiro de quem amamos é uma fragrância ilimitada que causa memórias, desejos, ansiedades, calor, arrepio, excitação e até lágrimas. A beleza é rara quando tudo o que o que não é teu se torna numa vulgaridade.




Um dia vou lá chegar... Dizer adeus é a palavra mais desagradável de soletrar. Um até já é algo que não resulta. Mas um dia vou lá chegar, perante os teus sorrisos cruéis quando caio. Lembro-me que há sempre uma mão que se estende e não tenho o direito de ignorar essa sorte. Só eu tenho a força de me erguer e vou fazê-lo sempre. Preciso aprender a jogar com o tempo. Um jogo que tem o seu sacrifício mas que depois nos leva à serenidade. Ver-te viver na falsidade só aumenta o meu orgulho. Manter os nossos valores tornam-nos aparentemente fracos mas na verdade apenas define que somos alguém seguro de si mesmo e isso incomoda muita gente. Vale a pena mantermo-nos firmes e não ceder ao impulso. Assim seremos nós mesmos, a vida torna-se mais clara e o caminho mais decidido.
 
 


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Hoje os meus herois morreram

Hoje os meus herois morreram, os deuses esconderam-se nas nuvens e o horizonte tornou-se ainda mais infinito e indefinido. A horizontalidade dos meus pensamentos deixam-me sem destino. Olhar para trás é apenas enchergar uma névoa negra que infeta todos os passos a dar. Um passo em frente é sinónimo de mais um erro ou fruto de um desequilíbrio sem correção. Que seja. As palavras gravadas na pele podem pintar-se. Mas não há tinta que apague as palavras gravadas no coração.