Vivi contigo e ainda hoje me caiem as lágrimas. Sim, aquelas lágrimas que se sente prazer em tê-las pela pele, aquecendo um sentimento guardado. Há uma foto da vida que jamais esquecerei. Antes disso vou-te lembrar o que eras e o quanto eu descobri que te amava. Eras um velho chato, mau, duro, inteligente e até eras respeitado por saberes assinar. Ainda me lembro, tão certo como as lágrimas que me caiem neste preciso momento e me impedem de usar o teclado......... Lembro-me do momento mais divertido que tivemos e que te relembrei a escrever o que falavas, que te coloquei um jornal nem sei de que tempo, te obriguei a ler uma página inteira e te vi a sorrir como se fosses mais novo que eu!!! A avó, que mais tarde regressou, apanhou-nos felizes, inclinados naquela mesa antiga e pregada para resistir até ao fim de todos os tempos...
Depois de te relembrar quem eras, ó velho resmungão, vou-te descrever o momento que percebi que te amava tanto que nem eu imaginava!
Depois de mudar a minha vida, voltei para vos rever. Subi as escadas e ao entrar na sala, vi-te sentado naquela tua aliada cadeira de pau, sentado em frente á tua eterna e velha televisão. Aquele objecto que te serve para disfarçar o abandono que NÓS vos oferecemos.
Tu sorriste para mim, os teus olhos deixaram cair a mágoa da força que perdeste, da vida que já não tinhas e fizeste num segundo o que nunca tinhas feito na vida, assumiste a derrota inevitável e eu estava presente.
Ajoelhei-me, dei-te as mãos e beijei-te, senti a dor de quem percebeu que estava próximo de te perder, coisa que sempre recusei. Pior é que tu estavas o suficientemente lúcido para me dizeres tudo com toda a tua energia, como se fosse a última. E eu sorri com tanta dor que nunca te consegui dizer. Filho da puta do tempo que não volta a traz para me poder ajoelhar e novo e dizer-te aquilo que escondi. Se me pudesses ouvir agora dizer-te-ia que as lágrimas me obrigam a demorar uma eternidade a teclar este texto. Voltando ao teu sorriso... As tuas mãos enrugadas apertaram as minhas com a força expressiva e até aquela mão paralisada pela trombose ganhou força extra! Pela 1ª vez vi-te falar sem falares, porque aquilo que sempre escondeste, a emoção, agora era bem visível. Tu rias, choravas, gaguejavas e os teus olhos azuis ficaram grandes como o mundo... Estavas só, cada vez mais só e entregue ao destino e eu, nada fiz, nada podia fazer... Mas devia ter dito que Te amava acima de deus e não o fiz.
O meu mais sincero respeito pelas tuas tão sentidas e lindas palavras. Só os mais íntegros e humanos reconhecem as suas fragilidades, expressam os sentimentos desta forma tão pura e verdadeira... profundamente tocante!
ResponderEliminarSofia
As minhas lágrimas impediram-me de continuar a ler por várias vezes. Revi os meus sentimentos através das tuas palavras...
ResponderEliminarUma homenagem, tão comovente, tão sincera... linda Marko!
Um beijinho muito grande,
Ana Morais
Ao ler as tuas palavras... vi um homem grande.. mas que ficou muito pequeno... sem saber o que fazer..imponente perante a morte... e o tempo que não anda para trás. tudo o que escreveste aqui ele sabe os teus sentimentos e esta a proteger te aonde estiver...
ResponderEliminarés um ser lindo, conto mais te conheço mais te admiro . beijo.
cristina.
ao ler as tuas palavras as lágrimas caíram.., fez me lembrar algumas recordações minhas também..., e o homem que escreve isto é um homem lindo por dentro e é uma honra conhecer e ter convivido com uma pessoa tão bonita e tão querido, ser amiga...
ResponderEliminarcomo sempre consegues por a chorar e logo a seguir um sorriso. obrigado por partilhares isto connosco . beijokas.
a estrela da sorte.